Auguste Rodin é, provavelmente, o escultor mais famoso da história. Se pensamos em uma arte que raramente torna seu autor uma celebridade (vale lembrar que apesar de Michelangelo ter obras magnífíicas, é mais lembrado por ter sido pintor), podemos dizer que, contrariando seu início miserável, Rodin rompeu barreiras e se tornou um grande sucesso.
Tendo vivido entre 1840 e 1917, Rodin quebrou paradigmas estéticos, mesmo sem nunca ter sido aceito na Escola de Belas Artes de Paris. Estudou a fundo sua paixão e foi capaz de progredir de auxiliar de artesão em uma fábrica de arte decorativa para o autor de uma das esculturas mais famosas do mundo: o Pensador.
Como os poucos artistas célebres ainda em seu tempo, recebeu encomendas de ricos e famosos, que queriam ter peças de sua autoria. Um dos trabalhos de “celebridade” mais conhecido é o do escritor francês Honoré de Balzac, encomendado pela Société des Gens de Lettres.
No Museu Rodin em Paris é possível ver a série de esculturas que Rodin fez do escritor, em uma tentativa de estudo incessante rumo ao que ele poderia considerar um trabalho “perfeito”. Aliás, acho isso uma das joias desse museu, já que nos faz acompanhar as etapas de trabalho de Rodin, como se participássemos do seu processo de criação. Mais que isso, nos faz pensar se a perfeição não está mais no trabalho árduo e no estudo que no dom, propriamente dito. Vale lembrar que o próprio Michelangelo fez várias “Pietàs” além da mais famosa, hoje exposta no Vaticano.
Infelizmente, o resultado final da estátua (exposta hoje no jardim do museu) não agradou, já que Rodin foi gênio demais ao retratar Balzac mais em sua “persona” que a realidade em si. Por sorte, a obra entrou para a posteridade.
E por falar nos jardins, é nele que se encontram suas principais obras finais (eu chamei de finais porque são, digamos, as versões finais de cada trabalho) fazendo o equilibro perfeito do jardim fabuloso de cerca de 3 hectares. Lá estão, além do Balzac, O Pensador e a Porta do Inferno, inspirado no livro A divina Comédia, de Dante Alighieri.
Essa porta é uma das esculturas mais impactantes do jardim, já que além de enorme, conta com detalhes belíssimos que levaríam um dia inteiro para serem observados um a um.
Infelizmente, ouço poucas pessoas falarem que foram ao Museu Rodin quando estiveram em Paris, o que é uma pena, já que se trata de algo bem diferente dos demais. Além de ser dedicado a um único artista, o que nos dá a possibildiade de conhecê-lo a fundo, tem uma curadoria impecável, equilibrando as obras internas, com as do jardim. Foi uma manhã perfeita de inverno parisiense.
Recomendo, antes de ir, baixar grátis o audioguia do Museu (versões iPhone e Android). O app ajuda você a encontrar as obras e conta a história por trás de cada uma delas. Bom, mesmo que não esteja planejando ir, recomendo baixar assim mesmo, pois o conteúdo é fascinante para quem quer conhecer um pouco mais sobre Rodin.
Informações sobre horários e ingressos no site do Museu.