Acho muito interessante esse debate sobre “músicos de sucesso invisíveis”. Isso apenas evidencia uma nova fase da indústria musical com a qual precisamos nos acostumar.
Passado o desespero da ascenção do MP3 (comum a muitas tecnologias novas) acredito que a indústria começa a acertar o seu rumo e a entender que os tempos mudaram.
Vemos grandes empresas evoluírem para o serviço de streaming, algo que realmente pode estabilizar essa tumultuada fase que vivemos na última década. Agora precisamos é entender que nada será como antes.
As rádios terão que se reinventar (na minha opinião, terão que procurar uma caminho cada vez mais ultra segmentado, se pensam em competir com streaming) e o “abismo cultural” tão alardeado na semana passada nada mais é que democratização da cultura.
Teremos cada vez menos meios massivos impondo o estilo musical do momento. Cada vez mais iremos nos cercar do que gostamos e descobrir novidades por canais alternativos.
Grandes exemplos são o Spotify e o Apple Music, que nos permitem descobrir novas músicas dentro de estilos musicais que já gostamos. Veja bem, eu não ouço sertanejo, pagode, funk, forró… e isso não quer dizer que eu os desrespeite. Apenas tive uma formação cultural diferente de quem gosta ou apenas nasci assim mesmo, vai saber…
Portanto, acho ótimo que cantores dos mais diversos estilos musicais conquistem seu público, mesmo que eu não os conheça, porque isso só mostra um caminho mais maduro para a indústria musical.
E maduro para os consumidores, que poderão cada vez mais descobrir coisas dentro do seu universo de preferência, como dos produtores que poderão atingir especificamente seu público, sem gastar energia (e dinheiro!!!) com quem não tem interesse em seu material.
Resumindo, não deveríamos reclamar se fulando conhece ou não conhece, se gosta ou se não gosta. Deveríamos comemorar a diversidade em que vivemos e a liberdade de cada um escutar o que bem entender. Afinal, música é para fazer bem.