Quem vem a Toronto, normalmente visita a Casa Loma, um castelo construído por uma família aristocrática que representa os tempos prósperos no início do século XX. O que poucos fazem é atravessar a rua do castelo e conhecer um outro tesouro: o museu Spadina.
Também pertencente a uma família aristocrática que viveu no mesmo período, não tem os ares de um castelo, mas um interior que – salvas as proporções – nos faz lembrar Downton Abbey (a casa icônica da série britânica de mesmo nome).
Entre salões luxuosos (com paredes revestidas com seda e móveis do século XIX), a guia conta apaixonada a história da família que viveu ali por três gerações. A palavra “apaixonada” para descrever a guia não está exagerada aqui, pois a moça que nos acompanhou no tour parecia conhecer cada detalhe dos antigos moradores e se referia a eles pelo primeiro nome, como se fosse íntima. Estava claro que, mais que trabalhar ali, ela se dedicava a estudar cada detalhe da casa. Fez toda a diferença.
A comparação com a Casa Loma é inevitável e resolvi esse problema na minha cabeça da seguinte forma: a Casa Loma – mais tradicional do turismo local – é maior e mais suntuosa. Seu jardim é lindo nos meses de Primavera e Verão porque são as flores e plantas verdes que o fazem ser maravilhoso. Indispensável também na visita é sentar-se no café e, se o horário for o ideal, almoçar com vista para o jardim. Já o Spadina Museum me pareceu mais íntimo, é como se você se conectasse mais com a família. Sem falar que o jardim se mostrou um cenário maravilhoso no Outono, com as folhas em cores vibrantes caindo pelo chão.
Enfim, faltou ali um café, um lugar que nos permitisse matar o tempo tão corrido do século XXI para respirar o ar tranquilo de uma época em que o momento do chá era um pouquinho mais demorado.